Percurso do Dia

Passando por Dunas e Chegando na Praia de Ondas Gigantescas (#SQN)
Hoje o pedal foi longo, quase 90 km. O clima melhorou bastante, a poeira amarelada deu uma dissipada e o céu está mais azul. A caminho de Nazaré hoje eu passei por Peniche, praia conhecida pelo surf e principalmente pelas suas dunas. Na entrada da cidade tem uma placa dizendo “Bem Vindo à Capital da Onda”. Junto com o céu limpo e azul vem o sol que por volta do meio dia força uma parada na sombra. Comi um lanche em Peniche sentado debaixo de uma árvore do lado da ciclovia que atravessa um parque.
Segui pro norte, rumo a Nazaré, conhecida mundialmente pelas ondas gigantes. Eu estava bem animado pra ir ver e conhecer pessoalmente essas ondas tão famosas, que inclusive são surfadas. Alguns trechos ao longo do litoral tem ciclovias, e outros trechos não, então vou pelo acostamento mesmo. Eu tenho tentado seguir o “Caminho Oficial” do EuroVelo 1 – Atlantic Coast Route, que é mais próxima do litoral, e paralelo ao “Caminho Português de Santiago de Compostela”, que segue mais pelo interior. Porém a sinalização para se manter no percurso é muito ruim, não tem uma rota direta, clara, sinalizada. Ou eu não encontrei, ou realmente é toda segmentada e a tala da EuroVelo 1 é uma concepção para o futuro, quando vários trechos serão unificados. Eu vou seguindo colocando no Google Maps para onde quero seguir, e coloco que estou de bicicleta, e o Google Maps vai sugerindo as rotas. No geral funciona, mas tem vezes que me manda por uma quebradas e atalhos por áreas bem isoladas. Hoje mesmo me enviou por estradinhas de terra numa zona rural, e pra voltar para a via principal tive que subir uns trechos íngremes por estradas que dão acesso à plantações de eucalipto. Ou seja, trechos cheios de galhos no chão, nada ideias para se passar com uma bike carregada. Eu valorizo muito as tecnologias de hoje, que me permitem ver no celular uma imagem satélite de onde estou e pode me orientar para chegar onde quero. Apesar de eu não ter comigo um drone, eu vejo que um desses bem pequenos e portáteis seria muito útil numa situação dessas, me permitindo visualizar a minha localização do alto, fazer uma leitura dos arredores, a navegar de acordo. Mas enfim, o legal é que a ideia é essa mesmo, ir passando por lugares diferentes, por caminhos diversos e variados. A diversão é essa. Em nenhum momento eu me considero perdido, pois acredito que eu sempre esteja onde eu “devo” estar. Nem se demorar mais pra chegar onde quero, em algum caso extremo, eu sempre me mantenho abastecido de água e comida. Retornei pro asfalto e segui viagem.
Chegando em Nazaré eu fui para a beira mar, ansioso para ver as ondas gigantescas. As marolas que encontrei não chegavam nem na altura do meu joelho!! Kkkkkkk O mar estava calmo e tranquilo. Quem sabe amanhã. Aproveitei o pôr do sol que desce no Atlântico e depois segui para achar onde pernoitar.
Na calçada movimentada da via beira mar, onde estão as lojas e restaurantes, uma senhora em trajes típicos estava segurando uma placa “Aluga-se Apartamento” e eu perguntei os preços. A Maria Adelaide me respondeu em um sotaque muito forte de Português mesmo. Aí me dei conta que o traje “típico” dela na verdade era a roupa do dia a dia mesmo. Pessoa tradicional. Eu tinha imaginado que ela estava vestida assim para chamar atenção e se promover. E na verdade era apenas uma senhora local, oferecendo seu apartamento para pernoites. Eu a segui até umas vielas a umas duas quadras da beira mar, e ela me apresentou o apartamento de um quarto, no térreo, com porta direto para a viela. Estava ótimo. Combinei com ela que ficaria lá dois pernoites.